No período de 1987 à 1989 Sérgio Carvalho atuou na cidade de Cáceres/MT, região onde começa o Pantanal Mato-grossense (na fronteira do Brasil com a Bolívia), onde montou sua primeira agência de marketing e propaganda, e desenvolveu trabalhos para clientes da região.
Entre suas atividades profissionais, devido ao seu amplo conhecimento na área, Sérgio Carvalho foi convidado para ser o Diretor de Marketing & Propaganda do time de futebol profissional do Cáceres Esporte Clube, que fazia parte da 1º divisão de futebol do Estado do Mato Grosso, com o objetivo de arrecadar fundos para a manutenção da equipe durante os campeonatos estaduais.
Entre os projetos desenvolvidos temos dois destaques:
JOGO DE FUTEBOL DA SELEÇÃO BRASILEIRA DE MASTERS – LUCIANO DO VALLE
De 1987 a 1991 foi criada uma “seleção brasileira de jogadores masters” pelo locutor Luciano do Valle, que reunia vários jogadores consagrados no nosso futebol, com o objetivo de mostrar ao público que nossos craques ainda faziam bonito nos gramados, apesar da idade mais avançada para serem atletas profissionais.
Vários torneios nacionais e jogos de exibição foram organizados pela Luqui (empresa de marketing do jornalista Luciano do Valle) e pela TV Bandeirantes (onde Luciano trabalhava como narrador e apresentador), sendo que a seleção brasileira que disputou esses torneios, comandada pelo próprio Luciano do Valle, não era uma representação oficial da CBF, mas tinha grande popularidade devido à alta qualidade dos ex-jogadores famosos que atuavam pela seleção.
Entre as atividades da seleção de Masters, havia “jogos de exibição” que eram agendados em várias cidades pelo Brasil, contra times de veteranos locais e até times profissionais, com o intuito de manter viva a atuação da seleção e também remunerar seus atletas, pois a seleção de Masters atuava mediante um cachê a ser pago pelos organizadores locais dos jogos.
Dessa forma, Sérgio Carvalho e a diretoria do Cáceres E.C., aproveitando que a Seleção de Masters teria um de seus times atuando na região, organizaram um megaevento na cidade, para arrecadar fundos para o time do Cáceres disputar o campeonato profissional de 1989.
Foi então organizado um bingo na praça principal da cidade, com apoio da Prefeitura Municipal, Câmara dos Vereadores, rádios e jornais divulgando gratuitamente o vento e a Superintendência da Receita Federal regional (que doou os prêmios para o sorteio), de forma que a arrecadação com a venda das cartelas pagasse o valor do cachê da Seleção de Masters, e a venda dos ingressos para o jogo e placas de publicidade tivessem seu valor revertido para o caixa do time.
Tanto o bingo quanto o jogo foram um grande sucesso, com uma arrecadação total que cobriu os custos e ainda proporcionou o pagamento da folha salarial do time por 3 meses.
O jogo da Seleção de Masters X time do Cáceres E.C. aconteceu em janeiro de 1989 e foi transmitido por rádio para a região, contando com craques como o goleiro Tobias, que foi campeão paulista com o time do Corinthians em 1977, além de Biro Biro e outros jogadores de renome. Essa ação foi um marco na região, sendo que o plano de marketing recebeu inúmeros elogios e proporcionou à Sérgio Carvalho implantar depois mais um case de sucesso, com a venda de espaços publicitários no estádio da cidade.
IMPLANTAÇÃO DE PUBLICIDADE ESTÁTICA NO ESTÁDIO MUNICIPAL “GERALDÃO”
Dentro do planejamento de marketing desenvolvido por Sérgio Carvalho, além do jogo com a Seleção de Masters, constava uma forma de obter recursos financeiros para a manutenção das despesas básicas do time, garantindo que no ano de 1989 houvesse uma verba suficiente para pagar salários, deslocamentos para os jogos, alojamento dos atletas, entre outras necessidades do time.
A ideia de Sérgio Carvalho foi revolucionária na época, porque permitiu que o time tivesse uma entrada financeira compatível com as despesas que iria enfrentar.
Com o apoio da Prefeitura Municipal de Cáceres, que bancou os custos de manutenção do Estádio Municipal Luiz Geraldo da Silva, mais conhecido como “Geraldão”, já houve uma significativa redução das despesas operacionais. Ficando a prefeitura responsável pelas obras necessárias para manter a infraestrutura operativa nos dias de jogos e treinos.
A grande sacada de Sérgio Carvalho foi fazer a venda de espaços publicitários em volta do gramado, no formato de placas de propaganda “modulares”, que podiam ter tamanhos variados de acordo com a verba que os anunciantes tinham disponíveis.
Assim, foi feito um projeto onde as placas eram comercializadas por “metro linear”, e conforme sua localização teriam um valor diferenciado. Placas atrás dos gols teriam um valor mais alto (por causa da transmissão dos gols na TV) e nas laterais do campo em frente às cabines de rádio seriam mais baratas, possibilitando que os pequenos comerciantes pudessem aderir ao projeto e colaborar com o time.
Quando o anunciante fechava uma metragem, ele ganhava um desconto progressivo, onde pagaria menos proporcionalmente à quantidade de metros que tivesse adquirido. Também a criação das placas e sua produção já estavam inclusos no valor de cada metro adquirido.
Mas o maior diferencial e inovação dessa comercialização de espaços publicitários no estádio, era que o anunciante pagava um valor maior por metro no primeiro semestre e depois pagaria um valor com 50% de desconto no segundo semestre, uma vez que o campeonato se desenvolvia só no primeiro semestre e, com isso, as despesas do time caíam consideravelmente à partir de julho. Dessa forma os anunciantes não se sentiam “explorados” por terem que pagar um valor alto quando não haveria jogos e consequentemente menor exposição do público às placas publicitárias.
Placas em volta do gramado no estádio Luiz Geraldo da Silva – “Geraldão”